domingo, 24 de fevereiro de 2008

Desabafos...

Às vezes, eu me sinto cansado de ficar tentando explicar cada passo da minha fé de uma maneira sistematizada.
No começo, a minha própria insegurança do que era Deus me incentivava a levar os meus raciocínios ao limite para conseguir jutificá-Lo para mim mesmo, uma vez que optei por conhecê-Lo.
Para qualquer crença de qualquer pessoa da igreja eu devia encontrar alguma justificativa.
E, embora seja muito rico para o crescimento intelectual, quando isso é feito de maneira frenética, beirando a neurose, desgasta.

Sinto agora que cheguei a um nível onde não preciso mais justificar a existência de Deus ou as práticas da igreja.
Ainda estou como um recém-nascido no meu relacionamento com Deus.
Mas agora, pelo menos, não coloco sua existência em dúvida e não preciso mais ver abalada a minha fé quando conceituam Deus de uma maneira que eu não concordo ou quando tenho certeza que determinadas práticas religiosas não são necessárias para se agradar ao Pai.

Na realidade, eu não descarto a importância de nenhuma prática religiosa pois sei que um pai gosta de ver qualquer manifestação de amor da parte de um filho.
Um desenho que um filho faz para o pai agrada não porque é bonito ou feio mas sim pelo simples fato de ter sido feito pelo filho para ele.
Se por acaso meus irmãos gostam de desenhar para o nosso pai mas eu prefiro escrever-lhe cartas, ele não vai gostar mais ou menos de mim em relação aos meus irmãos por conta dessa diferença.
E se por acaso eu nem desenhe e nem escreva cartas para ele mas ele sinta o meu amor nos meus olhos a cada vez que lhe dou um sorriso, tenho certeza que ele não sentirá falta alguma dos meus empenhos artísticos.

Agora de algo eu tenho certeza: Se um dia o meu irmão ou minha irmãzinha chegarem para reclamar comigo de que eu sou um ingrato porque não faço desenhos nem escrevo cartas para ele, tenho certeza que meu pai não vai gostar.
E nem é preciso que eles venham falar comigo: Basta meus irmãos começarem a me julgar ou murmurarem contra mim por causa disso, tenho certeza que meu pai iria ficar muito triste pelo desacordo entre seus filhos queridos.

***

Cansa-me ver a intolerância religiosa.

Para falar a verdade: eu acho a intolerância religiosa ridiculamente contraditória.

A intolerância religiosa é uma mulher cinqüentona, de salto alto, uma minisaia, três cirurgias plásticas (inclusive uma injeção de silicone nos seios e nos lábios), duas toneladas e meio de maquiagem, olhando para mim e me dizendo, com essas palavras: "Eu odeio futileza".

É "amar o próximo" (porque é a base de tudo né...) e murmurar contra o próximo porque ele não desenha ou escreve cartas para papai...

***

Estou cansado de ter que justificar por que eu não desenho ou não escrevo cartas e por que às vezes eu prefiro somente bater um papo com ele...

Então... Segue um pequeno desabafo:

Acredito no amor como força motriz do ser humanao. E acredito que o amor seja essencialmente, integralmente e absolutamente divino!

Acredito que Deus, não somente se fez homem em Jesus como também se faz homem em mim, em você, em George W. Bush, em Gandhi, em Madonna, em Fernandinho Beira-Mar, em Madre Tereza, em Bio (o porteiro do meu condomínio), em José, em Fernando, em Alicia, em Camila, em Sofia...
Apenas, em Jesus, Deus se fez completamente.

Acredito que Deus goste dos nossos cultos, das nossas missas, dos nossos jejuns, dos nossos ramadãs, dos nossos louvores... Mas que só uma atitude nossa de amor para com um de seus outros filhos já é equivalente a tudo isso.

Não acredito que materialmente falando o "episódio Adão e Eva" tenha se passado literalmente como é descrito na Bíblia. Gosto e acredito na idéia do evolucionismo de Darwin e acredito na teoria do Big-Bang. (e afirmo que é Deus que está por trás de tudo isso!)
E se um dia alguém viesse me perguntar se eu realmente acredito que, materialmente falando, uma horda de anjos irrompeu no céu com suas harpas e trompetas no dia do nascimento de Jesus eu lhe diria que não.
E mais: Nada disso abala em um milímetro sequer a minha fé em Deus e em Jesus.

Não acredito que exista algo essencialmente mal que ocasionalmente irrompe no mundo material em forma de um homem formoso, com chifres e uma lança de fogo, chamado Satanás.

Não acredito no mal como entidade.
Toda entidade nesse mundo foi criada por Ele e admitir que haja uma entidade maléfica é dizer que Deus criou o mal. E meu Pai não criou o mal!
Claro, tem aquela história toda de Satanás, o anjo que se rebelou etc... Mas ele se rebelou antes da criação da humanidade e como, ao criar a humanidade Deus não eliminou Satanás (pois Ele tem poder de tudo, inclusive disso) quer dizer que, no mínimo, Deus foi conivente com a existência do mal entre os homens e ainda por cima sabendo do que o mal seria capaz conosco (pois Ele sabe tudo).
Meu Pai não fez isso!
Meu Pai apenas nos permitiu andar conforme nós queremos: em uníssono com Ele ou se afastando.
O mal não existe.
O que existe, já dizia Santo Agostinho, é a ausência do bem (o distanciamento de Deus).
É a ausência do bem que nos faz sentir o que chamamos de mal.
Não há nenhum ser maléfico que se alimenta do mal ou de qualquer coisa que faça referência a ele.
E por conta disso: eu escuto a música Hotel California sim! Eu assisto aos filmes macabros de Tim Burton e leio Harry Potter (embora eu já tenha cansado das histórias de Harry e seus amigos...)

Acredito que quem ama se aproxima de Deus!
E que aquela pessoa que amar verdadeira e incondicionalmente, seja ela ateu, cristã, judia, hinduísta, budista, zoroastrista, de ubanda ou de candomblé, está com Deus e Deus está com ela.

Não acredito nessa história de maldição da família por não-sei-quantas gerações.
Se um pai é adúltero, os valores do adultério estarão em sua casa e influenciararão os filhos. Mas o processo é cultural. Não está ligado a um veridíto sobrenatural.

Acredito no poder do amor (ou ainda: "no poder de estar com Deus") e concordo plenamente com a frase:
"Tudo coopera para o bem daquele que crê em Deus"
(ou em sua variável proposta por mim: Tudo coopera para o bem daquele que ama!)

Ainda tenho muitos desabafos que irei deixando aos poucos nos próximos artigos.

Como oração, eu queria fazer uma tradução interpretada de uma música que eu julgo das mais bonitas já feitas pelo homem.

A paz meus amigos!

***

Imagine um mundo onde não haja essa história de paraíso ou de inferno.
Apenas, o céu que a todos nós cobre.
Tente imaginar... Você vai ver que não é tão difícil.

Imagine todas as pessoas do mundo vivendo para o bem do dia de hoje!

Imagine um mundo onde não haja separação entre os países, entre os povos, entre as pessoas...
Vamos! Não é tão difícil!
Um mundo onde simplesmente não haja motivos para se matar ou morrer por algo...
Um mundo onde não se precise de religião pois todos comungam do sentido máximo de Deus: o amor!

Imagine um mundo onde todas as pessoas vivessem em harmonia. Numa paz absoluta!

Haa... Você pode estar pensando que eu sou apenas um sonhador.
Pois saiba que eu não sou o único, amigo...
Eu espero que um dia você possa se juntar a nós e, juntos, fazermos o mundo viver como um só.
Numa união absoluta entre os homens, a terra e Deus.
Na mais perfeita forma de amor...

Imagine um mundo onde não houvesse posses.
Onde ninguém tivesse necessidades ou passasse fome.
Uma grande irmandade de seres humanos!

Imagine, só por um instante, todas as pessoas do planeta compartilhando o mundo.
Compartilhando o amor de Deus...

Haa... sim... "um sonhador!" você pode estar pensando...
Mas eu não sou o único.
E um dia você estará conosco, lutando pela amor!
E o mundo vai compreender.
E o dia vai amanhacer em paz...

AMÉM!


(a música, acho que nem precisaria dizer, é de John Lennon e se chama Imagine)

3 comentários:

Rafaela Cruz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafaela Cruz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Caramba! É muita informação pra ser comentada em tão poucas linhas. Precisamos, mais do que nunca, conversar. Sempre achei interessantes as nossas conversas e sinto muita falta delas... vamos marcar algo! Amanhã te ligo e combinamos um (re)encontro. Agora só quero parabenizar pelo blog e resumir o meu comentário em uma palavra: inquietante.

PS: A Sofia do texto, por acaso, se refere a mim? Ou a uma Sofia qualquer? :)