terça-feira, 4 de março de 2008

Carta aos céticos (e a todo mundo!)

Olá pessoal!

Gostaria de propor uma "carta aos céticos" ou seja, àqueles que declaram não acreditar em Deus.
E gostaria que ficasse claro que não vou seguir aqui uma linha de raciocínio "evangelizadora", como que tentando convencer alguém da existência de algo ou não.
Muito pelo contrário: o que pretendo fazer é um pequeno estudo sobre a abordagem conceitual do que é Deus e mostrar que o que eu chamo de Deus não depende de fé mas é muito mais um desenvolvimento argumentativo ao qual, por liberdade lingüística, atribuo à palavra "deus".

Minha teoria parte do princípio que é inegável a existência de algo maior. E para aqueles que já estão tentados a parar a leitura em reação a esta afirmação, peço-lhes um pouco mais de paciência para entender o que eu quero dizer.

É inegável a existência de algo maior.
Em que sentido?
No sentido de que, a partir do momento em que entramos nessa vida, somos sujeitos a diversas coisas que fogem absolutamente do controle humano. E não estou falando de trovões e intemperias (pois à velocidade que anda a ciência, não duvido que em breve estaremos controlando até mesmo isso).
Estou falando de "condições" inerentes aos próprios conceitos de vida e de ser humano.
A partir do momento que entramos nessa vida estamos sujeitos à própria vida.

A partir do momento em que nascemos, estamos sujeitos, por exemplo, à emoção (ou: sentimento).
Não decidimos sermos submetidos às emoções ou não.
Estar bem, estar mal, estar triste, estar eufórico, são estados impostos a nós pela simples condição de vida que representamos. Não existe a opção para nós de simplesmente não sentirmos.
E até mesmo o estágio de "não sentir nada" consiste no "sentimento de apatia", um sentimento em si.
Não podemos fugir dos sentimentos.

Outra condição inerente à nossa condição de ser humano é a materialidade.
Existimos materialmente num determinado espaço físico e somos sujeitos às leis físicas que o regem. E por mais que consigamos entender as leis físicas e até brincarmos com elas, a nossa integridade humana não consegue escapar à materialidade.
Não temos o poder de manipular nossa própria materialidade.
A temática sobre o sentimento de "estarmos presos" ao nosso corpo é algo muito recorrente na filosofia pois se apresenta como uma clara limitação do homem em relação à vida.

Esses dois pontos já servem para nos mostrar que é claramente constatável a existência inegável de fatores onipresentes em nossas vidas e que fogem do nosso controle.
E, mais do que fugir ao nosso controle: elas de certa forma nos controlam, pela simples submissão às quais elas nos impõem em vida.

Falamos apenas desses dois fatores pois com eles já podemos seguir adiante em nossa linha de raciocínio. Mas são inúmeras as limitações humanas diante da vida.

A vida parece se apresentar como algo a quê o homem está definitivamente submisso.
Notem que eu disse "a vida". Pois muitos tenderiam a enfatizar o fato que a natureza é dominada pelo homem a cada vez mais e que é difícil prevermos o limite desse domínio. Isto é bem verdade.
Mas "a vida" escapa ao limitado conceito de "natureza".

***

É engraçado perceber que - mesmo que possa parecer - a vida não é "déspota" de uma forma absoluta.
Pois há uma alternativa à vida: a morte.

É muito compreensível o fascínio e o mistério que existem em torno da morte.
Pois de tudo que possa ser desconhecido nesta vida, de todos os mistérios que possam atormentar o ser humano, a morte é o único que rompe com a própria vida.
Ela se mostra como a única saída do que representa a totalidade da experiência humana.

Independente do que haja após morte (se é que haja qualquer tipo de coisa), ela definitivamente representa uma ruptura com a totalidade da experiência humana. Inclusive com qualquer coisa que consigamos atingir por meio da nossa imaginação.
Pois a imaginação é ela mesmo parte integrante da vida como a conhecemos e conseqüentemente limitada à própria vida.
(lembrem-se: "vida" e não "natureza", pois é óbvio que nossa imaginação ultrapassa de longe os conceitos naturais)

O tema da morte representa uma grande parte das discussões ontológicas e está praticamente sempre na base de toda fundamentação religiosa.
Não quero no entanto me ater a ele neste artigo. Em outro, abordarei o tema da morte de forma mais profunda.

***

Volto então a enfatizar a constatação de que "a vida" se faz inabalável diante do homem que, por mais que desfrute de grande liberdade em sua existência, só tem uma opção (fora aquela da morte): a de se submeter aos paradigmas da vida.

A "vida" em si rege a existência humana.
O próprio conceito de liberdade humana, por mais expandida que seja, só se faz dentro dos moldes da vida.

O homem está submisso a esta coisa maior que si mesmo: a vida.

***

Estabelecida esta base de raciocínio, podemos começar a investigar o que nos interessa: O que podemos compreender da vida e, conseqüentemente, que postura deve o homem tomar diante dela?
(E depois, por que não, tentar introduzir o conceito de Deus nisso tudo, embora eu tenha certeza que muitos a essa altura já imaginam onde eu quero chegar...)

E eu gostaria para isso de usar o postulado científico, que ao meu ver é a forma de raciocínio mais humilde criada pelo homem - por mais estranho que isso possa soar àqueles religiosos fundamentalistas que estremecem ao ouvir qualquer referência ao mundo científico.

Acredito que o método científico seja o mais humilde pois a ciência parte sempre do preceito que todo o seu conhecimento está sempre vulnerável à contestação. (isso para mim é a base absoluta da humildade)
E a conseqüencia disso é que na própria elaboração do seu saber, a ciência se faz cautelosa.

Exemplo disso:
Isaac Newton, pai da física mecânica que revolucionou o mundo científico, começa a sua teoria com o seguinte postulado: "tudo se passa como se massa atraisse massa"

Vocês notam que ele não afirma nada como verdade absoluta. Ele apenas nos diz:
"Olha... Se é assim ou não, eu não sei. Só sei que tudo se passa como se fosse assim e é em cima disso que eu vou desenvolver minha teoria"
E ele desenvolveu sua teoria.
E ele viu que era bom.
E não só ele viu que era bom. Suas teorias tiveram impacto enorme sobre a ciência e representaram o maior avanço tecnológico e científico que a história já havia conhecido até então. A era industrial desenvolveu-se em base a suas teorias... O mundo nunca mais foi o mesmo!
E no entanto, a todo momento, se voltássemos à base de sua teoria e perguntássemos:
"Você pode afirmar que é assim mesmo?"
Ele só poderia responder:
"Olha... Afirmar de forma autoritariamente categórica? Não."

Tanto é que alguns poucos séculos depois, um outro cientista, que costumava responder pelo nome de Einstein, percebeu que as teorias de Newton, mesmo com todo o alcance concreto que elas haviam atingido, não respondiam a determinadas situações de uma maneira condizente com a realidade perceptível. E assim, desenvolveu toda uma nova gama de paradigmas, que não anulam a eficiência daqueles de Newton mas se destinam a casos específicos que Newton não conseguiu abordar. E foi assim que desenvolveram-se os paradigmas quânticos que permitiu a energia nuclear e uma série de outros avanços significativos para a humanidade.

O que eu estou querendo mostrar com tudo isso é que diante da inefabilidade da vida, não há como nós, míseros vassalos da vida, termos a pretensão de afirmar qualquer tipo de verdade absoluta. Vale sim, observarmos a vida e, assim como Newton, nos indagarmos o que fazer diante do que nos parece real. Com a consciência clara de que sempre podemos rever antigos paradigmas e implantarmos novos.

***

Em cima disso, podemos tentar traçar quais foram, durante toda a história da humanidade, os caminhos do homem em sua interpretação do que consiste a vida em si.
E, no fundo, este é o papél fundamental, embora não por incumbência, da religião.

Independente da roupagem da religião (animista, fetichista... judáica, cristã, hinduísta, budista,...), todas elas passam pela interpretação do que é esta instância maior a nós mesmos.
Instância esta que representa todo o universo - material e lúdico - ao qual pertencemos e somos partes integrantes e que rege nossa existência com suas leis paradigmais...
O que até agora chamamos de "vida", poderíamos, por que não(?), passar a chamar de agora em diante de "Deus".

Afinal, o conceito de "vida" que venho trabalhando se enquadra direitinho no que universalmente se aceita como a idéia de "Deus":

* É algo absolutamente maior do que nós mesmos.
E embora sejamos parte integrante dessa instância maior, somos infinitamente menor que ela como um todo - se é que o conceito de "todo" se aplica a isso visto que o "todo" implica no conceito de algo que em algum momento se fecha em si mesmo.

* É algo absolutamente maior do que nós mesmos inclusive de um ponto de vista inteligível, ou seja: foge absolutamente à nossa capacidade de compreensão (mesmo considerando nosso potencial ludíco como infinito - visto que o próprio conceito de infinitude lúdica se vê inserida nesta instância maior e limitada a ela)

* É algo que rege nossa vida de forma absoluta. Pois mesmo o conceito de liberdade que temos só faz sentido quando inserido num contexto intrínsico a esta instância maior.

* Qualquer modificação e transformação de qualquer ordem (inclusive aquelas geradas pela iniciativa humana) se fazem dentro de sua estrutura (por mais inatingível que esta seja para o nosso intelecto)

***

A maneira do ser humano se relacionar com qualquer tipo de coisa parte do pressuposto de uma distinção clara entre o EU e o OUTRO (a "outra coisa")
Inclusive, isto tem origem nos primeiros momentos de vida da criança quando esta percebe que ela é algo diferente da sua mãe, que até então representava para ela uma extensão de si mesma.

Nesse contexto, fica difícil para o homem tentar se relacionar com algo maior do que ele mas que ao mesmo tempo tem em si mesmo o próprio homem.
E é seguindo isto que o homem vai "personificar" o conceito do "todo", do "absoluto", isentando-se de sua própria essência.
É dessa forma que vemos relatos religiosos tratar de Deus de uma forma externa, como se ele fosse um entidade distinta de nós mesmos.
"Então, disse Javé a Moisés:..."

A "personificação" de Deus - ou ainda: a "personificação" da vida como um todo - foi um processo natural e necessário ao homem para que ele pudesse encarar sua própria sorte.

É no entanto um dos maiores motivos de ceticismo em nosso tempo. Pois tornou-se muito difícil, com o grau de consciência e conhecimento que o ser humano atingiu, acreditar num conceito de "entidade" (que é um conceito absolutamente antropomórfico) que por si só regesse tudo.

Sobretudo se acrescentarmos a isso os atributos culturais de que esta entidade, por exemplo, comportando-se de forma absolutamente humana, teria aberto majestuosamente o mar vermelho para Moisés. Ou ainda que esta entidade teria criado o ser humano assim como é narrado no livro do Gênesis da Bíblia, uma vez que sabemos hoje que não pode ter acontecido dessa forma.

Ou seja, a discussão do ateísmo passa pela aceitação ou não da imagen alegórica que as culturas criaram sobre o conceito de Deus.

No entanto, é preciso mesmo com tudo isso entender a relevância do progresso humano que as religiões representam.

Meu intúito agora é tentar perceber, com a ajuda de todo o legado humano que temos até os dias de hoje, qual seria a essência disto tudo, ou ainda: a essência de Deus. E para isto, além do maravilhos legado da filosofia racionalista, as religiões assumem um papel fundamental nesta questão.

Por exemplo: assim como a religião cristã, diversas religiões chegaram à conclusão de que a essência da vida (a essência de "Deus") era o amor. Seja isto dito de uma forma por uma determinada religião ou de outra forma por uma religião diferente.

É aquilo do que eu estava falando: "Tudo se passa como se a vida encontrasse harmonia no amor"...

**********

Pessoal, eu preciso sair agora. Mas voltem a ler este artigo em alguns dias pois estarei completando ele. Não posso continuar agora, infelizmente.

Um abração a todos!!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Rápida interrupção

Olá pessoal!

Olha... vou viajar esse final de semana e por isso não postarei o artigo que estou querendo sobre "a interpretação da Bíblia" em continuação ao "Ai... Esses Boguís..."

Mas no começo da próxima semana já devo estar postando.

Enquanto isso, deixo esse maravilhoso poema do Pe Zezinho que eu descobri.

Não deixem de ler o artigo que está abaixo ("Ai... Esses Boguís...")

Beijão para todos!

***

IGUAIS
(Pe Zezinho, scj)

Tenho irmãos, tenho irmãs aos milhões em outras religiões.
Pensamos diferente, oramos diferente, louvamos diferente
Mas numa coisa nós somos iguais
Buscamos o mesmo Deus, amamos o mesmo Pai
Queremos o mesmo céu, choramos os mesmos ais.

Tenho irmãos, tenho irmãs aos milhões, em outras religiões.
Falamos diferente, cantamos diferente, pregamos diferente
Mas numa coisa nós somos iguais
Buscamos o mesmo amor, queremos a mesma luz
Sofremos a mesma dor, levamos a mesma cruz.

Um dia talvez quem sabe, descobriremos que somos iguais.
Irmão vai ouvir irmão, e todos se abraçarão
Nos braços do mesmo Deus, nos ombros do mesmo Pai !

***

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ai... esses Boguís...

Segue uma pequena estória que criei para desenvolver alguns temas que venho tratando neste blog.
Boa leitura!

***

COMEÇO DA ESTORIAZINHA

Estou eu protagonizando uma historia para o meu blog quando de repente me vejo impelido a ajudar uma comunidadezinha de pescadores imaginária.
Chego na praia onde eles habitam. É absolutamente longe de qualquer coisa.
É uma comunidade bem pequena: Uns 30 habitantes, a maioria criança.
Logo vejo que há motivos para serem ajudados: A estrutura deles é absolutamente rudimentar (uma cabana onde dormem e uma outra que serve de escola para as crianças) e as crianças revelam uma magreza excessiva. Fora isso, a única coisa que têm é uma jangadinha.

Sou apresentado ao chefe da comunidade: o pescador Boguí.
Boguí me revela toda a origem da comunidade deles:

Há mais de 200 anos, o pescador-mor, Bogum, "o Grande", chegou nessa praia com sua mulher e sua jangada (a mesma jangada que estava lá agora), desenvolveu sua família e dedicou sua vida a pescar para mantê-la. Os filhos foram tendo filhos... e a comunidade foi passando pelo tempo até chegar aos dias de hoje.

Perguntei a ele como eles sabiam tão bem sobre suas origens e ele me explicou que eles têm um livro, escrito pelo próprio Bogum, "o Grande", para os seus filhos no qual ele dita as regras para se viver e conta por cima a sua história.

Ele foi buscar o livro para mim e me explicou: "A primeira parte foi toda escrita por Bogum, "o Grande", ela dá os ensinamentos de como se viver etc... E a segunda parte é formada por escritos dos seus descendentes contando histórias de pescador..."

*

Basicamente, a vida da comunidade é muito simples.
Os adultos saem de manhã para pescar na jangadinha (batizada de "Bogua") e as crianças passam o dia na escola lendo e relendo o "livro da família".
De noite, os adultos chegam com os peixes, todo mundo come e vai dormir para no dia seguinte fazer a mesma coisa.
E assim vem sendo desde Bogum, "o Grande".

Notei no entanto o quanto as crianças estavam magras, sinal claro de falta de alimentação, e como isso estava afetando seus intelectos e suas vidas.
Comentei sobre isso com Boguí.
Ele me respondeu...

BOGUÍ - Bem... Dividimos os peixes em porções exatamente iguais para todo mundo.

EU - Sinal talvez de que a pesca com essa jangada não esteja mais dando conta.

BOGUÍ - hein? ...

EU - O que eu quero dizer é que talvez a gente (pois eu estava disposto a ajudar) devesse encontrar outras maneiras de pescar para podermos ter mais peixes...

BOGUÍ - É... Talvez seja verdade..

EU - Eu posso trazer um monte de material de lá de onde eu moro e construirmos mais barcos!

BOGUÍ - Mais barcos?

EU - Sim! Mais barcos! Assim conseguiremos pescar mais peixes por dia!

BOGUÍ - Entendi... Mas no capítulo 2 do Livro está escrito que temos que usar a Bogua para pescar.

E ele leu o trecho: "Meus filhos, usem a Bogua, presente do vosso pai, para pescar e assim vos alimentar"

EU - Sim... Claro... Mas nada impede de vocês continuarem usando a Bogua.

BOGUÍ - Humm...

EU - Vocês podem começar a usar redes também. Assim vocês conseguem muito mais peixes do que com essas duas varas que vocês têm.

BOGUÍ - Sei... Mas no capítulo 3 do livro está dito assim: "Filhos, usai estas duas varas, presentes do vosso pai, para fisgar o peixe e assim vos alimentar com ele".

EU - Sim, caro Boguí... Mas é porque na época não existia outra coisa que senão as varas. Mas hoje que podemos ter a rede, usemos a rede!

BOGUÍ - Não... Mas a palavra é clara: "usai estas duas varas para fisgar o peixe".
Está escrito!

Percebi que não seria fácil convencer Boguí a enxergar o benefício e a importância de desenvolver sua maneira de pescar.

EU - Certo. Mas voltando aos barcos então: com o avanço da ciência que já atingimos lá onde eu moro, poderíamos construir lanchas, barcos movidos a motor, usarmos arpões para conseguirmos os peixes... A quantidade de peixes ia ser muito maior e ninguém mais passaria fome!

BOGUÍ - Mas e a Bogua?

EU - A Bogua? Bem... Em meio a tantos barcos mais desenvolvidos não faria muito sentido ainda usá-la...

BOGUÍ - Hein?!! Não! Então nada disso!
Está E-S-C-R-I-T-O: "Meus filhos, usem a Bogua, presente do vosso pai, para pescar e assim vos alimentar".
É a palavra de Bogum o Grande, nosso pai!
E a palavra dele não muda!

EU - Mas veja... Essas coisas não podem ser interpretadas de uma forma absoluta e eterna. O que você deve tirar dessas palavras de Bogum o Grande é que ele desejou para o seus filhos que eles conseguissem se alimentar, sustentar seus próprios filhos e enfim, passar esse conhecimento e esses valores de geração em geração.

BOGUÍ - Hein??!!

EU - Esquece...

Nesse momento, percebi num lugar uma grande quantidade de fruteiras, cheias de frutas, entre outras diversas vegetações. Fiquei perplexo.

EU - Mas... E essas frutas todas? Por que vocês não comem??!

BOGUÍ - Porque no capítulo 5, Bogum o Grande diz: "Meus filhos, não comai senão o que vem do mar".

Na hora eu imaginei o que devia ter acontecido com o velho Bogum: Em meio às fruteiras havia também muita vegetação venenosa. Um dia, algum filho dele deve ter comido essa vegetação venenosa e passou mal, ou até morreu.
Sem saber exatamente o que era a causa - mas desconfiando - deu então essa ordem para seus outros filhos:
"Meus filhos, não comai senão o que vem do mar".
Pois peixe ele sabia que era bom.

Eu disse então a Boguí:

EU - Mas veja... Hoje em dia já sabemos identificar na natureza o que é bom ou o que é ruím. Algumas frutas são excelentes para a saúde e alimentam!

BOGUÍ - Nada disso! Está no Capítulo 5!

EU - Mas...

BOGUÍ - Capítulo 5! Capítulo 5!

EU - Mas seus filhos estão passando fome! Você quer isso para eles? Não era isso que Bogum queria para os seus filhos quando ele ensinou-lhes a pescar!

Boguí ficou visivelmente perturbado.

BOGUÍ - Cala-te!! Você está me confundindo!
E no Livro, Bogum o Grande diz: "cuidado com aqueles que te confundirem. Se passarão por bonzinhos mas na realidade só querem o seu peixe para eles"

EU - Eu?? Claro que não!

Mas já era tarde...Boguí dera o sinal e a comunidade toda avançava contra mim segurando machadinhos na mão.
Estava prestes a ser massacrado!
Decidi então que essa fantasia estava na hora de terminar.

E, na velocidade de um pensamento, sumiram as barracas, os membros da comunidade e a Bogua.
No lugar, surgiu um grande Risort 6 estrelas na beira-mar e Vinícius e Toquinho tocando e cantando ao vivo para mim enquanto eu saboreava uma deliciosa torta alemã.
No entanto, não conseguí desfrutar plenamente da torta alemã porque uma voz não parava de ecoar na minha cabeça:
"Capítulo 5! Capítulo 5!"

FIM DA ESTORIAZINHA

***

No próximo post comentamos sobre essa estória.

A paz meus irmãos!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Desabafos...

Às vezes, eu me sinto cansado de ficar tentando explicar cada passo da minha fé de uma maneira sistematizada.
No começo, a minha própria insegurança do que era Deus me incentivava a levar os meus raciocínios ao limite para conseguir jutificá-Lo para mim mesmo, uma vez que optei por conhecê-Lo.
Para qualquer crença de qualquer pessoa da igreja eu devia encontrar alguma justificativa.
E, embora seja muito rico para o crescimento intelectual, quando isso é feito de maneira frenética, beirando a neurose, desgasta.

Sinto agora que cheguei a um nível onde não preciso mais justificar a existência de Deus ou as práticas da igreja.
Ainda estou como um recém-nascido no meu relacionamento com Deus.
Mas agora, pelo menos, não coloco sua existência em dúvida e não preciso mais ver abalada a minha fé quando conceituam Deus de uma maneira que eu não concordo ou quando tenho certeza que determinadas práticas religiosas não são necessárias para se agradar ao Pai.

Na realidade, eu não descarto a importância de nenhuma prática religiosa pois sei que um pai gosta de ver qualquer manifestação de amor da parte de um filho.
Um desenho que um filho faz para o pai agrada não porque é bonito ou feio mas sim pelo simples fato de ter sido feito pelo filho para ele.
Se por acaso meus irmãos gostam de desenhar para o nosso pai mas eu prefiro escrever-lhe cartas, ele não vai gostar mais ou menos de mim em relação aos meus irmãos por conta dessa diferença.
E se por acaso eu nem desenhe e nem escreva cartas para ele mas ele sinta o meu amor nos meus olhos a cada vez que lhe dou um sorriso, tenho certeza que ele não sentirá falta alguma dos meus empenhos artísticos.

Agora de algo eu tenho certeza: Se um dia o meu irmão ou minha irmãzinha chegarem para reclamar comigo de que eu sou um ingrato porque não faço desenhos nem escrevo cartas para ele, tenho certeza que meu pai não vai gostar.
E nem é preciso que eles venham falar comigo: Basta meus irmãos começarem a me julgar ou murmurarem contra mim por causa disso, tenho certeza que meu pai iria ficar muito triste pelo desacordo entre seus filhos queridos.

***

Cansa-me ver a intolerância religiosa.

Para falar a verdade: eu acho a intolerância religiosa ridiculamente contraditória.

A intolerância religiosa é uma mulher cinqüentona, de salto alto, uma minisaia, três cirurgias plásticas (inclusive uma injeção de silicone nos seios e nos lábios), duas toneladas e meio de maquiagem, olhando para mim e me dizendo, com essas palavras: "Eu odeio futileza".

É "amar o próximo" (porque é a base de tudo né...) e murmurar contra o próximo porque ele não desenha ou escreve cartas para papai...

***

Estou cansado de ter que justificar por que eu não desenho ou não escrevo cartas e por que às vezes eu prefiro somente bater um papo com ele...

Então... Segue um pequeno desabafo:

Acredito no amor como força motriz do ser humanao. E acredito que o amor seja essencialmente, integralmente e absolutamente divino!

Acredito que Deus, não somente se fez homem em Jesus como também se faz homem em mim, em você, em George W. Bush, em Gandhi, em Madonna, em Fernandinho Beira-Mar, em Madre Tereza, em Bio (o porteiro do meu condomínio), em José, em Fernando, em Alicia, em Camila, em Sofia...
Apenas, em Jesus, Deus se fez completamente.

Acredito que Deus goste dos nossos cultos, das nossas missas, dos nossos jejuns, dos nossos ramadãs, dos nossos louvores... Mas que só uma atitude nossa de amor para com um de seus outros filhos já é equivalente a tudo isso.

Não acredito que materialmente falando o "episódio Adão e Eva" tenha se passado literalmente como é descrito na Bíblia. Gosto e acredito na idéia do evolucionismo de Darwin e acredito na teoria do Big-Bang. (e afirmo que é Deus que está por trás de tudo isso!)
E se um dia alguém viesse me perguntar se eu realmente acredito que, materialmente falando, uma horda de anjos irrompeu no céu com suas harpas e trompetas no dia do nascimento de Jesus eu lhe diria que não.
E mais: Nada disso abala em um milímetro sequer a minha fé em Deus e em Jesus.

Não acredito que exista algo essencialmente mal que ocasionalmente irrompe no mundo material em forma de um homem formoso, com chifres e uma lança de fogo, chamado Satanás.

Não acredito no mal como entidade.
Toda entidade nesse mundo foi criada por Ele e admitir que haja uma entidade maléfica é dizer que Deus criou o mal. E meu Pai não criou o mal!
Claro, tem aquela história toda de Satanás, o anjo que se rebelou etc... Mas ele se rebelou antes da criação da humanidade e como, ao criar a humanidade Deus não eliminou Satanás (pois Ele tem poder de tudo, inclusive disso) quer dizer que, no mínimo, Deus foi conivente com a existência do mal entre os homens e ainda por cima sabendo do que o mal seria capaz conosco (pois Ele sabe tudo).
Meu Pai não fez isso!
Meu Pai apenas nos permitiu andar conforme nós queremos: em uníssono com Ele ou se afastando.
O mal não existe.
O que existe, já dizia Santo Agostinho, é a ausência do bem (o distanciamento de Deus).
É a ausência do bem que nos faz sentir o que chamamos de mal.
Não há nenhum ser maléfico que se alimenta do mal ou de qualquer coisa que faça referência a ele.
E por conta disso: eu escuto a música Hotel California sim! Eu assisto aos filmes macabros de Tim Burton e leio Harry Potter (embora eu já tenha cansado das histórias de Harry e seus amigos...)

Acredito que quem ama se aproxima de Deus!
E que aquela pessoa que amar verdadeira e incondicionalmente, seja ela ateu, cristã, judia, hinduísta, budista, zoroastrista, de ubanda ou de candomblé, está com Deus e Deus está com ela.

Não acredito nessa história de maldição da família por não-sei-quantas gerações.
Se um pai é adúltero, os valores do adultério estarão em sua casa e influenciararão os filhos. Mas o processo é cultural. Não está ligado a um veridíto sobrenatural.

Acredito no poder do amor (ou ainda: "no poder de estar com Deus") e concordo plenamente com a frase:
"Tudo coopera para o bem daquele que crê em Deus"
(ou em sua variável proposta por mim: Tudo coopera para o bem daquele que ama!)

Ainda tenho muitos desabafos que irei deixando aos poucos nos próximos artigos.

Como oração, eu queria fazer uma tradução interpretada de uma música que eu julgo das mais bonitas já feitas pelo homem.

A paz meus amigos!

***

Imagine um mundo onde não haja essa história de paraíso ou de inferno.
Apenas, o céu que a todos nós cobre.
Tente imaginar... Você vai ver que não é tão difícil.

Imagine todas as pessoas do mundo vivendo para o bem do dia de hoje!

Imagine um mundo onde não haja separação entre os países, entre os povos, entre as pessoas...
Vamos! Não é tão difícil!
Um mundo onde simplesmente não haja motivos para se matar ou morrer por algo...
Um mundo onde não se precise de religião pois todos comungam do sentido máximo de Deus: o amor!

Imagine um mundo onde todas as pessoas vivessem em harmonia. Numa paz absoluta!

Haa... Você pode estar pensando que eu sou apenas um sonhador.
Pois saiba que eu não sou o único, amigo...
Eu espero que um dia você possa se juntar a nós e, juntos, fazermos o mundo viver como um só.
Numa união absoluta entre os homens, a terra e Deus.
Na mais perfeita forma de amor...

Imagine um mundo onde não houvesse posses.
Onde ninguém tivesse necessidades ou passasse fome.
Uma grande irmandade de seres humanos!

Imagine, só por um instante, todas as pessoas do planeta compartilhando o mundo.
Compartilhando o amor de Deus...

Haa... sim... "um sonhador!" você pode estar pensando...
Mas eu não sou o único.
E um dia você estará conosco, lutando pela amor!
E o mundo vai compreender.
E o dia vai amanhacer em paz...

AMÉM!


(a música, acho que nem precisaria dizer, é de John Lennon e se chama Imagine)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A borboleta

(Junho 2006)

Certo dia, já no começo da noite, após quatro horas de prova no colégio, eu e minha amiga pegamos o terçeiro e último ônibus que nos levaria pra casa. Não era exatamente um ônibus. Era daquelas vans que trabalham com transporte público. Estava lotada! Era a hora de todos voltarem pra casa e tivemos que ficar em pé. Num dia de chuva, as janelas fechadas mantinham dentro do carro um calor sufocante. Entre estudantes, pedreiros e donas de casa, o ambiente cheirava a suor de um dia todo de trabalho.

Lá dentro, todos exaustos e absortos em pensamentos, ninguém falava. Só se escutava o zunzum do motor. A moça gorda (que estava sentada) provavelmente se preparava emocionalmente para, depois de um dia de trabalho, chegar em casa e cuidar de seus cinco filhos. O moço bigodudo pensava em sua vizinha que ele acidentalmente engravidara e agora não sabia o que fazer. O cobrador, que já tinha feito muitas viagens naquele dia, não via a hora de tudo isso acabar. Enfim... Todos refletiam sobre as complicações da vida e se perguntavam se, naquele momento, era realmente lá o lugar onde eles deviam estar. Pelo menos eu me perguntava isso.

De repente, de alguma maneira que eu nao sei como, uma borboleta entrou na van e foi direto pousar sobre minha amiga que, muito assustada, se debateu fazendo-a sair voando. A borboleta estava eufórica! Batia suas asas com a força de quem quisesse derrubar o mundo. E se mexia feito tonta, de um lado pro outro, forçando aquela gente toda a abaixar a cabeça a cada rasante que dava. Depois, de súbito, ela parava em algum lugar. Desconfiados, todos ficavam procurando com os olhos onde a danada se metera. A moça gorda a viu e quando fez menção de pegá-la, lá se foi de novo, inconseqüente, a mariposa a atrapalhar o juízo dos pobres trabalhadores. E sempre tinha o mesmo destino: minha amiga, que muito desajeitada ficava dando tapas ao vento na tentativa de afugentar aquele inseto engraçado.

A borboleta tinha se acalmado e estava parada nas costas da minha amiga. O cobrador começou então sua meticulosa operação de prisão. Todos acompanhavam, vidrados, as mãos do cobrador que iam, bem devagar, se aproximando do alvo. Todo mundo em silêncio, como que para não deixar a borboleta ouvir nenhum rumor sobre sua captura. E na hora do bote, lá se foi ela voando de novo, para desespero da minha amiga! Foi aí que o moço bigodudo abriu um sorriso. A moça gorda não se conteve e soltou logo uma gargalhada bem alta e gostosa! (Por sinal, os gordos têm uma facilidade infantil de se entregar ao riso que sempre me divertiu muito) E todos riram! Para todos os rostos que eu olhava, via estes risos singelos e contentes. Aí então, me peguei rindo também.

A vida tem desses momentos mágicos que surgem de repente para nos trazer felicidade e nos lembrar que ela é, na realidade, muito simples. Por aquele instante, vi todo aquele pessoal se desligar de seus problemas e se entregar ao encanto daquele momento que teria tudo para ser deprimente não fosse o coração simples das pessoas que com um episódio desses encontram sua força para seguir em frente.

Após mais algumas cambalhotas, a borboleta foi capturada e jogada pra fora do carro. E as pessoas voltaram aos seus pensamentos e aos seus problemas...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sem Jesus não dá!

Olá!

Queria primeiramente agradecer àquelas pessoas que me mandaram mensagens sobre o que venho tratando aqui no blog. Algumas inclusive "reagindo" a certas coisas que eu escrevi.
Queria lhes dizer que estou sempre aberto à conversa e à ajuda de vocês na minha busca por Deus (que é muito sincera).

Queria também me desculpar àquelas pessoas que por acaso se vissem ofendidas com certas alegações minhas. Não é nem de longe minha intenção a de agredir pessoas, por qualquer que seja a forma.

Se me "queixo" de algumas coisas é porque sinto que estas me "agridem" de um certo modo.
Por exemplo, o fato de inquestionavelmente refutar as outras religiões agride à minha concepção de "comunhão com a humanidade". E consequentemente agride ao meu próprio sentimento cristão.

***

Queria neste artigo discorrer sobre algo que defendo até a morte: Sem Jesus não dá!

Mas que contradição é essa?
Há algumas linhas atrás e em outros artigos eu defendo justamente a importância de se aceitar as outras religiões como formas - também - legítimas de se chegar a Deus!
Como é que eu também afirmo que "sem Jesus não dá!" ?

Como um amigo meu me disse em seu comentário sobre esse blog:

Em João 14:6 tem assim...Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

Eu creio nisso!

Esse meu amigo também me disse:

"(...) uma última consideração importante: Jesus disse que ninguém vai ao Pai se não por Ele..Não existe outro modo, a não ser Jesus...A verdade não está em todos os púpitos,mas no púpito onde toda honra, glória e poder seja dada ao único Digno de receber todas essas coisas..JESUS"

Concordo plenamente!

Vejamos como então eu concilio a questão do pluralismo religioso com essas afirmações:

Tudo depende de que forma se interpreta a Bíblia e a figura de Jesus.
Muitas pessoas dizem que a Bíblia é muito clara e não dá margem a diversas interpretações.
Eu não concordo.
Inclusive, se formos estudar historicamente a interpretação da Bíblia, veremos que a maneira que interpretamos a Bíblia neste século é diferente da do século passado, e também que desde o Iluminismo a interpretação do Livro Sagrado é diferente do resto da História.
Ou seja... Aparentemente, há mais coisas a se pensar quando lemos a Bíblia, sim.
(inclusive isso pode ser assunto de um próximo artigo)

Mas voltando...
Num outro artigo que eu escrevi, eu falei da importância da mensagem de Cristo ressaltando ela como os valores de Deus.
É por Jesus e sua mensagem que conhecemos os valores e o caráter de Deus.
Afinal, Jesus é Seu filho! Jesus foi Deus na terra!
Eu creio nisso!

Luis Fernando Veríssimo disse uma frase maravilhosa: "Qualquer um que ama se aproxima de Deus"

Qualquer um que ama se aproxima de Deus porque Deus é amor. Deus é o amor!

Jesus encarnou Deus na terra e nos mostrou a essência suprema de Deus. Se não andarmos em uníssono com os valores de Jesus não chegamos a Ele.

Quando Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim", eu concordo plenamente pois se não vivermos conforme os valores que Jesus veio nos ensinar, se não amarmos (o próximo, a vida,...) não temos como chegar a Deus.

No entanto, tenho sérias dificuldades quanto a acreditar que há nessa frase de Jesus um cunho burocrático.
Como se o amor fosse necessário mas que não houvesse salvação se burocraticamente você não quiser admitir que Jesus foi literalmente o filho de Deus, etc...

Eu, pessoalmente, acredito que Jesus foi Deus na terra!
Acredito porque decidi acreditar!

Mas, puxa vida..., então quer dizer que um ser humano que nasceu numa tribo indígena no interior da Mongólia e que nunca ouviu e nem vai ouvir falar de Jesus está condenado a viver longe de Deus?

Ou ainda, que Gandhi, a despeito de toda a sua humanidade, não esteve com Deus porque, mesmo admitindo que Jesus foi a pessoa mais maravilhosa da História, não aceitava a Jesus como literalmente "o filho de Deus"?

Não sei não...

Eu acredito em Jesus como sendo filho de Deus e acredito que se não for por ele (pelos seus valores e sua forma de viver) não tem como chegarmos ao Pai!

Sem Jesus não dá!
Apenas, deixemos a burocracia de lado...

Divagações sobre aquarianos...

Nunca dei importância a essa história de signo.

Tenho, no entanto, um grande amigo, aquariano como eu, que entende muito bem das nossas tendências astrológicas e eu devo confessar que às vezes é assombroso como as "características de um aquariano" batem com a realidade.

Além de diversas qualidades e defeitos, há também algo que se comenta nos bastidores que diz o seguinte: o aquariano gosta de sofrer.
E vale a pena nos indagarmos sobre isso...

O aquariano ama a vida, goza a vida de maneira euforica, alegre e feliz, para, de repente, no dia seguinte não enxergar mais sentido nenhum em nada disso e começar a questionar toda a estrutura do Universo.

E é bem verdade que isso está praticamente sempre ligado ao amor de uma mulher.

O aquariano tem tamanha sede de alegria, de êxtase, de euforia e de intensidade que não cabe em si mesmo!

Uma menina aos seus olhos não se limita a uma menina.

Uma menina aos seus olhos se transforma numa princesa radiante, exaltando fragilidade e clamando por proteção!

Uma menina aos seus olhos se torna alvo da vida, motivo de ser, representação concreta do que há de mais divino nessa terra. Terra essa, que não parece poder suportar os sentimentos que dela afloram.

Tudo é rosa e perfume quando se recebe um sorriso da menina amada!

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Ah meu Deus, quantas princesas passaram por minha vida!
Quantos cavalos brancos me levaram a planícies verdes em baixo a um céu resplandecente de luz dourada iluminando o corpo suave da minha amada!

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A vida, no entanto, parece estar constantemente em busca de equilíbrio.
E nossas paixões não se seguram! Não têm como se segurar!

O sofrimento sempre presente em nossas vidas surge como contrapartida aos momentos infintitos e absolutos que desfutamos nos instantes breves de fusão da realidade com nosso fantasioso mundos de sonhos.

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Não é que gostemos de sofrer.

Apenas, pagamos o preço...